terça-feira, 18 de outubro de 2016

-Ódio-

Deveria ter acreditado em mim quando te conheci.
Odiei-te.

Odiei cada segundo que fui obrigada a respirar o mesmo ar que tu,
cada vez que por engano olhei para ti,
cada palavra tua que ouvia sem querer,
cada piada no ar sem um sorriso meu,
cada gesto sem sentido,
cada cheiro teu que o vento trazia na minha direcção,
cada vez que ouvi o meu nome na tua boca.

Odiei o teu ego que tentava superar o meu,
a tua pequena e inútil superioridade,
os teus defeitos horríveis que eram tantos em tão pouco tempo,
as tuas virtudes monótonas e falsificadas, e principalmente:

Odiei o facto de não haver explicação para tanto ódio,
odiei a maneira como me fazias sentir,
odiei pensar que talvez fosse um exagero meu.

Odiei odiar-te.

Jurei a mim mesma que nunca mais iria olhar para ti, que nunca mais te iria ouvir, que não irias voltar a tocar no meu nome, que o teu ego, a tua superioridade, os teus defeitos e as tuas virtudes não se iriam voltar a aproximar de mim. Jurei com toda a minha força, com toda a minha convicção, com toda a minha fé.

Naquele dia jurei, dias depois traí-me.