domingo, 23 de outubro de 2016

-Reflexão-

Poderia escrever, poderia continuar a escrever. Mas depois de tanto e ao mesmo tempo de tão pouco, nem as minhas palavras têm valor. O que sinto já não se demonstra por sentimentos, mas sim por atitudes banais. A velocidade a que ando na estrada, a maneira como me deito na almofada molhada, a maneira como caminho em direcção ao nada. Podem dizer que sou boba, que não sei viver, que estou a ser tola nesta altura da vida em que todos passam pelo mesmo. Mas com todas as certezas eu digo, que 'todos' os outros não passaram nem por metade, daquilo que o meu coração já passou. Nasci de maneira diferente, nasci com um coração mais frágil que todos os outros e ao mesmo tempo mais forte. Forte porque quando eu quero consigo curá-lo, frágil porque nem sempre quero, e não querendo mata-me mais um bocadinho. Nasci também com pernas diferentes, pernas essas que me conduzem a direcções que não quero frequentar, mas eu sou assim. Tão grande e tão pequena ao mesmo tempo. Tenho tanta gente mas muito poucos conseguem atingir o meu coração, mas os que atingem ficam com ele para sempre. Porque as pessoas para mim não podem nem merecem ser esquecidas, por mais asneiras que façam, tiveram sempre algum ponto positivo na nossa vida. Podem ter errado, mas com certeza que também acertaram. E podem chamar a isto desabafo, reflexão, o que quiserem. Isto sou eu. A minha maneira de pensar distorcida do resto do mundo. Isto são planos infalíveis para tentar viver com as permanentes ausências que possuem a minha vida. Porém, continuo aqui, a sorrir. Porque os sorrisos irão ser sempre a máscara de uma alma devastada. Volta para mim.