segunda-feira, 21 de novembro de 2016

-''Dá-me o teu tempo, e eu dou-te tudo aquilo que eu sou''-

Estou cansada de falar do que eu senti e não daquilo que eu sinto. Estou cansada de ver os teus olhos doentes cada vez que eu falo em quem não merece. Por vezes sinto que estás a pensar o que não é certo, o que não é verdade. Então resolvi hoje escrever para ti. Dá-me a tua mão, fecha os olhos, e sente cada letra, cada palavra. Sente o que eu sinto, e oferece-me no fim o teu melhor sorriso. 

Da primeira vez que te vi tu atropelaste o meu coração. Confundi amor com atracção. Mas era só Deus a dar-me um sinal que ali sim, ali naquele momento tinha olhado pela primeira vez para o homem da minha vida. Sabias que temos o amor da nossa vida e o homem da nossa vida? Qual a diferença? Pelo que eu percebi, o amor da nossa vida nunca fica do nosso lado. Aliás ele só aparece para nos ensinar o que não fazer com o homem da nossa vida. O amor da nossa vida é um género de estágio para quando chegar a pessoa certa, nós termos a maturidade suficiente para não estragar tudo. Foi o que aconteceu. Eu tive o amor da minha vida, mas como todos nós, o amor jovem nada se compara a um amor graúdo. E um amor graúdo combina tão bem com amor verdadeiro, não é isso que todas as mulheres apaixonadas anseiam?  

Conheci-te, fugi de ti, virei a cara, escondi o meu olhar, engoli as palavras que te queria dizer... mas nunca, nunca me saíste da cabeça. Aparecias de leve, sopravas-me ao ouvido e desaparecias. O que sempre me fez desviar o olhar da tua direcção. Mas tu nunca desistis-te. Um dia, quando vinhas mais uma vez soprar ao meu ouvido, deste comigo no chão, cansada, fraca, petrificada num amor não correspondido. Sou sincera, talvez se fosse o contrário eu tivesse fugido de ti, porque concertar um coração partido é só para quem tem coragem. E tu és a pessoa mais corajosa do mundo. Pegaste na minha mão, cuidaste de mim, sem nunca me dizeres o verdadeiro motivo de o estares a fazer. Tornaste-te o pilar da minha vida. Sabia que podia cair o mundo, que tu irias estar do meu lado. Usava-te para o meu bem, sem perceber que ao mesmo tempo, isso fazia-me gostar tanto de ti. 
Assustei-me. Houve uma altura que larguei a tua mão. Não porque quis. Larguei a tua mão porque aquilo que me fazias sentir quando olhava para ti era perfeito demais para ser verdade. E pensando eu que transbordavas a mentira e segundas intenções, deixei-te partir. 

Nem isso foi o suficiente para desistires de mim. 
''Tu és aquilo que eu sempre quis. Eu amo-te. E aceito-te com todas as tuas fraquezas, com todos os teus traumas, com todas as tuas dúvidas. Dá-me tempo para te provar que não te vou magoar. Dá-me o teu tempo, e eu dou-te tudo aquilo que eu sou.'
Posso dizer que demorou um ano, no meio dessa tua batalha persistente, mas ao fim de um ano, de uma hora para a outra, de um minuto para o outro, exactamente num segundo, senti o meu coração a descongelar, ouvi as minhas correntes a partirem, o meu muro a vir a baixo, senti-me a tocar no céu, senti que o meu sonho se tinha tornado realidade. Eu sabia que era possivel, eu sabia que o importante era acreditar e nunca desistir. Eu sabia que depois da tempestade vinha a bonança. Eu senti que demorou, mas que o meu momento tinha finalmente chegado, aliás, sempre esteve lá. 

Normalmente escrevo baseada num passado cruel e esqueço-me do meu presente brilhante. 
Sabes porquê? Porque enquanto escrevo, enquanto gravo palavras, sinto o meu passado a desaparecer. Eu escrevo para poder encerrar um capitulo, fechar o livro e poder arrumá-lo na prateleira. Eu escrevo sobre aquilo que quero esquecer. 
E hoje criei uma excepção. O facto de isto acabar assim hoje, não é de todo para caíres no esquecimento, mas sim para perceberes que tu fizeste acontecer, e agora eu vou fazer com que tudo valha a pena. E com o coração cheia de orgulho em ti, com os olhos a brilhar, com um sorriso sincero no meu rosto, e com vontade de gritar ao mundo, queria acabar este desabafo com a primeira coisa que me vem à cabeça cada vez que acordo a teu lado: Todas as mulheres do mundo mereciam um homem como tu. Obrigado!

domingo, 13 de novembro de 2016

-Despedida-

Hoje vou-me despedir de ti. Deixei de ter medo de caminhar em frente. Comecei a pensar mais em mim do que em ti. A amar-me mais a mim do que a ti. Enfim, hoje deixei-te para trás e comecei a viver. Sabes, não fazia mais sentido continuar a sofrer por alguém que não consegue sentir nada. Deixei de dormir enquanto tu tinhas sonhos lindos. Deixei de comer enquanto tu petiscavas por fora, e não era comida. Deixei de gostar da imagem que eu via no espelho quando a pessoa mais feia aqui eras tu. Então decidi despedir-me de ti. Fechei a porta. Larguei a tua mão. Pus um ponto final numa história que já à muito que tinha terminado. Fui forte, sozinha. Tive de ser eu, sem ti. Tu não tinhas coragem. Porque eu era aquilo que tu querias. Porque eu te alimentava o ego, eu dava-te carinho, eu dava-te amor. Ao contrário de ti...tanta fome que passei. 

Mas não, não vou nem quero desatar a falar mal de ti e a dizer que és um monstro e que me arrependo de todo o tempo que passamos juntos. Seria mentira. Fizeste-me feliz. Não tantas vezes como eu gostava, mas fizeste. Mudaste-me para melhor, tenho pena que tenha sido com as piores maneiras, mas mudaste. Obrigaste-me a ser uma verdadeira mulher, se bem que sinto que me roubaste um pouco da minha infância. Viveste comigo, unimos-nos num só, todos os dias era só tu e eu. Eu lutava com a vida por ti e tu dizias que fazias o mesmo. Não sei até que ponto isso é verdade. Aliás, esta relação não passou de uma mentira. Hoje despeço-me de ti sem ódio, mas com dúvidas. Não sei até que ponto o nosso amor não passou de uma ilusão na minha cabeça. Não sei se todas as palavras que me disseste ao ouvido no silêncio da nossa cama eram o que tu realmente sentias. Não sei se me foste fiel, se foste leal, companheiro, sincero... não sei meu querido. Gostava de poder dizer que acabou mas ao menos foi real. Mas hoje digo-te adeus e cheia de dúvidas no meu coração. 

Mas sabes, sinceramente prefiro estas dúvidas do que as certezas de que eu tenho razão. Sempre me mostraste que conseguias viver bem sem mim, excepto passados 30 dias. Aí voltavas e dizias que a tua vida sem mim não fazia sentido, e eu acreditava. Hoje pergunto-me se nesses 30 dias disseste que a tua vida não fazia sentido a outra pessoa, se nesses 30 dias te perdeste no corpo de outra mulher, se deste o que era meu a quem não merecia. Podiam ser boas miúdas, mas vá lá, quem estava a tua espera não era uma miúda, era uma mulher. Uma mulher cheia de sonhos. Era contigo que queria casar, que queria ter filhos, que queria passear na praia quando fôssemos velhinhos... pensava eu. Hoje sorrio enquanto penso nisso. Tudo ficou claro na minha cabeça. Não és tu que eu quero. Nunca foste. E só nestes últimos dias é que percebi que a nossa relação estava morta antes de começar. 

Então porque é que insisti?, não é?. Não sei. Estava cega por ti. Queria-te á força. Achava que eras o melhor para mim. Achava que não podia desperdiçar o tempo que tinha perdido contigo. Que o amor curava todas as feridas e que o importante era isso mesmo, amar. Hoje, agora, neste momento, penso na minha mãe. Toda a minha vida, desde pequenina, quando eu via uma relação amorosa desfeita mas cheia de amor eu dizia-lhe que não entendia, e ela respondia-me ''minha princesa, um dia vais perceber que ás vezes amar não chega''. Ela tem sempre razão. Sempre. Amar não chega. Amar devia ser o suficiente, e para mim era. Mas tu não me respondeste de volta. Era sempre eu a remar e tu parado á espera que eu fizesse tudo. Não deu, não chegou. E eu fiz, fiz tudo e fiz tanto. Não fui perfeita, mas todos os dias tentava e nunca, nunca era o suficiente. Acabei por me consumir, por me perder, por já não saber quem eu realmente era. 

Até hoje. Hoje vim aqui despedir-me de ti. Quero mais. Quero viver. Quero ser feliz. Quero continuar este processo de esquecimento. Já chega. De ti, de mim, de nós, de tempo perdido, de lágrimas, de palavras gastas, de olhares, de ofensas, de amor que nunca foi reciproco, de correntes que me prendem ao passado, de paredes que não me deixam ver o futuro, de incertezas, de falta de coragem para seguir em frente, de um coração magoado que eu tenho proibido de voltar a amar, de uma vida maravilhosa que me bateu á porta e que eu teimo em não a abrir. Já chega. Esta é a altura, este é o fim. Isto é o que de melhor eu estou a fazer por mim. Isto sou eu a dar a maior prova de amor a mim própria. Porque eu amo-me, sempre me amei. Amei-me por mim e por ti ao mesmo tempo. Sempre estive cheia de amor para dar a quem não sabia receber. Por isso hoje vou gastar a palavra amor contigo. Vou gastar esta palavra aqui porque nunca mas nunca mais te irei falar dela. Aliás, nunca mais quero falar contigo, nunca mais te quero ver, abraçar, sentir. Tu hoje morres aqui. E apesar de não ter dito nada de jeito, não sei porquê (ou até sei), este é o meu texto favorito. Porque é aqui que desapareces da minha vida. E um dia, quando te encontrar na rua, vais sorrir para mim porque tens saudades minhas, e eu vou sorrir de volta... mas porque vou estar feliz, feliz como nunca fui contigo a meu lado. 

Um dia vou caminhar nos meus sítios favoritos, mas não és tu que vais estar de mão dada comigo. Um dia vou apanhar o avião e vou viajar, mas não vai haver um bilhete para ti. Um dia vou ter uma aliança no dedo, mas não vai ter o teu nome gravado. Um dia vou casar com o homem da minha vida, e não és tu que vais estar na igreja. Um dia, vou ser mãe, mas o meu filho não vai ter o teu último nome. Um dia vou estar feliz, tu vais saber, e vais chorar. Porque nesse dia tu vais perceber que como eu te amei, nunca mais ninguém te conseguiu amar de igual maneira. 

Fim do último capitulo. Livro fechado. Arrumado na prateleira. Adeus. 

domingo, 6 de novembro de 2016

-Pior amante de todos-

O amor requer ajuda psiquiátrica. Nem todos é certo, falo daqueles amores que só existem um num milhão, aqueles amores que sem dar-mos por isso, nos liga de forma espiritual á outra pessoa que no fundo não nos é nada. Um dia conhecemos, anos depois sentimos.

O amor requer também ajuda. Principalmente numa separação, ainda para mais na nossa.
Sim, é tua obrigação ajudares-me a desaparecer da tua vida. Se dizes que não, amanhã não me digas que sim, se não me queres então não me chames, se não queres que te toque então não me abraces. Que raio de pessoa és tu que de dia é gelo e á noite é fogo? Não tens esse direito.

Preciso da tua ajuda para me magoares, para me desprezares, para me dizeres que não me queres mais, para me ofenderes se tiver que ser, para me culpares de tudo o que eu fiz e não fiz, para me criticares até pela maneira como respiro. Disseste-me que estarias sempre aí para mim, mas eu não quero que estejas. Disseste-me que para sempre me ias amar, mas eu não quero que ames. Disseste-me que eu iria ser tua para sempre, mas eu quero ser de outra pessoa. Talvez esteja a ser fria naquilo que digo. Mas lembra-te que foste tu que congelaste o meu coração. Foste tu que me magoaste com as palavras que eu nunca te irei dizer.

Ajuda-me a odiar-te. Ajuda-me nesta separação. Porque essa ajuda é apenas a primeira parte. A segunda é a ajuda psiquiátrica. Porque meu amor, admito que me levas á loucura. Admito que já me olhei ao espelho, limpei as lágrimas, apertei a cabeça e gritei que estava louca. E não é mentira. Sou louca sim, no simples cliché do ‘’por ti’’.

A parte que requer ajuda psiquiátrica é quando, em vez de te dar vontade de soltar, tu agarras com mais força. Quando amas o ódio. Quando amas quem te magoa. Quando preferes viver sufocada mas com quem te sufoca, do que livre e com saudades do sufoco. Quando não és feliz com ele mas sem ele menos feliz és. Quando mesmo sabendo que é errado, preferes em vez do certo. Quando sabes que é pior para ti mas mesmo assim preferes viver no pior.

Nasci para amar. E quando amo, nunca deixo de o fazer. E o mais estúpido é que sei que só amei uma vez. E amei o pior amante de todos. 

domingo, 23 de outubro de 2016

-Perdida na tua ausência-

Vou contar os meus sentimentos um a um até chegar ao fim. Vou contar quem foste sem saber para onde vais. Vou amar-te todos os dias da minha vida até voltares para mim como um dia me prometeste. Começámos um principio a pensar no nosso fim, e esse fim foi digno de um conto de fadas. Obrigado pelos sorrisos embrulhados nos nossos cobertores de carinho. Obrigado por teres conseguido libertar o meu coração. De mim para ti, aqui tens, um cantinho só nosso.

-Arte-

Atenção, aquela que me roubaste. Devolve-me, não me consigo concentrar.
A pele que eu senti, os lábios que quase me beijaram. Oh sim faltou-me o ar.
O toque que eu desejo, o ciúme que eu sinto. A distância que nos separa.
O vício que me acorrentou, a boca que chama por mim, não, nada me pára.
A loucura da situação, o sentido que não existe. Sem dúvida, disparate.
Mas sim quero voltar, sim quero repetir. O que tu fazes? Eu chamo de arte.
                                                                        

27 de Março de 2011

-Veneno-

Estou presa ao meu próprio castigo, sem ter alternativa. Sem conseguir fugir ao meu próprio veneno. Sou vazia, fria, louca. Tenho o coração vazio de sentimentos e olhos cheios de lágrimas. Possuo um poder infinito que não me deixa viver. Certas ausências que me fazem falta, saudades do passado. Não sei ver, não sei ouvir, não sei alimentar falsas esperanças. Não conheço a verdade nos olhos de ninguém, não sei medir a distância nem sei entender o porquê das minhas atitudes. Liberdade que eu tenho e não aproveito, magia que eu desejo mas não encontro. Obrigação que não quero aceitar. Algo espontâneo que quero que aconteça mas que por mais que procure sei que não vou encontrar. Tempo inimigo, mata um pedaço de mim a cada segundo que passa. Vida sem pontos cardeais, que faz com que perca o meu Sul e o meu Norte. Salvação que exijo mas que não sei onde procurar.
Porque é que acordo todas as manhãs sem ter um motivo para sorrir ?
E se eu não dormir ? Ou se simplesmente não acordar ?

-Reflexão-

Poderia escrever, poderia continuar a escrever. Mas depois de tanto e ao mesmo tempo de tão pouco, nem as minhas palavras têm valor. O que sinto já não se demonstra por sentimentos, mas sim por atitudes banais. A velocidade a que ando na estrada, a maneira como me deito na almofada molhada, a maneira como caminho em direcção ao nada. Podem dizer que sou boba, que não sei viver, que estou a ser tola nesta altura da vida em que todos passam pelo mesmo. Mas com todas as certezas eu digo, que 'todos' os outros não passaram nem por metade, daquilo que o meu coração já passou. Nasci de maneira diferente, nasci com um coração mais frágil que todos os outros e ao mesmo tempo mais forte. Forte porque quando eu quero consigo curá-lo, frágil porque nem sempre quero, e não querendo mata-me mais um bocadinho. Nasci também com pernas diferentes, pernas essas que me conduzem a direcções que não quero frequentar, mas eu sou assim. Tão grande e tão pequena ao mesmo tempo. Tenho tanta gente mas muito poucos conseguem atingir o meu coração, mas os que atingem ficam com ele para sempre. Porque as pessoas para mim não podem nem merecem ser esquecidas, por mais asneiras que façam, tiveram sempre algum ponto positivo na nossa vida. Podem ter errado, mas com certeza que também acertaram. E podem chamar a isto desabafo, reflexão, o que quiserem. Isto sou eu. A minha maneira de pensar distorcida do resto do mundo. Isto são planos infalíveis para tentar viver com as permanentes ausências que possuem a minha vida. Porém, continuo aqui, a sorrir. Porque os sorrisos irão ser sempre a máscara de uma alma devastada. Volta para mim.

-Des(esperar por ti)-

Não quero isto, porque isto foi tudo o que eu sempre quis. E a felicidade entrou sem bater á minha porta, voltou sem avisar, juntamente com o medo e a insegurança. Medo de te perder e a insegurança de querer ser o melhor para ti e talvez não conseguir (...) Tudo o que fazes por mim é inacreditável e é tudo incerto porque desta vez eu quis errar mas acertei (...) Obrigado, obrigado por teres aparecido na minha vida (...) Somos uma equação que atinge sempre o valor certo.

-Erro-


Voltei a errar, és tu o erro. O erro que me alimenta em todos os sentidos. O erro que me mata de carinho e me atropela de frases ditas á sombra da lua que partilhávamos na ausência de ambos. Tinha saudades de me sentir assim. E ao mesmo tempo sinto-me desesperada por querer fugir e já não conseguir. Não te posso ter, uma mistura de querer-te tanto e de não poder estar sem ti. Não quero sentir esta mentira, mas tu iludiste-me com a verdade. E agarraste no meu coração com as mãos atadas atrás das costas. Foi inevitável, foi viciante. Quem és tu? Fazes-me dar voltas de 360 graus voltando sempre ao mesmo sitio. Eu não quero isto porque desejo-o tanto que não aguento a loucura que me adormece de noite. E voltei a sorrir, podes ficar com eles, são teus. Pois todos os meus sorrisos devem-se a ti. Uso o exagero para exprimir sentimentos mais simples que sinto no momento, mas desta vez não há exagero... ou será que não há sentimentos simples? Porque contigo é tudo complexo, complexo na facilidade como os momentos aparecem. Apoio-me em figuras de estilo a cada frase que dança na minha mente, porque a confusão que vai na minha cabeça é tanta como a organização que existe no meu coração. Ou será que trocaram de funções e quem canta agora é o coração brilhante que foi outrora nublado?

-Tempestade-

Hoje eu sinto o que nunca senti, porque hoje eu cresci como nunca cresci.
Estou cansada de percorrer este caminho que não existe nem nunca vai existir. Caminho á espera que ele me leve a algum lugar mas não existe lugar para mim. Talvez me sente, sento-me e espero que alguém me encontre. Que me agarre e que me faça feliz. Mas não tenho esperança no futuro, porque este presente é tão estúpido que vivo acorrentada ao passado. E hoje deito-me sozinha, e espero que venha o sono. Pode ser que venhas tu também com ele. Pois tenho saudades, tenho muitas saudades... de ti também. Tu, que já não és tu. Tu, que não sentes, que não sorris, que não abraças, que não me acarinhas. Tu, que não amas. Sim, é isso. Não tendo certezas de nada, penso que talvez. Talvez o cupido tenha morrido, numa das tuas tempestades de palavras.

terça-feira, 18 de outubro de 2016

-Ódio-

Deveria ter acreditado em mim quando te conheci.
Odiei-te.

Odiei cada segundo que fui obrigada a respirar o mesmo ar que tu,
cada vez que por engano olhei para ti,
cada palavra tua que ouvia sem querer,
cada piada no ar sem um sorriso meu,
cada gesto sem sentido,
cada cheiro teu que o vento trazia na minha direcção,
cada vez que ouvi o meu nome na tua boca.

Odiei o teu ego que tentava superar o meu,
a tua pequena e inútil superioridade,
os teus defeitos horríveis que eram tantos em tão pouco tempo,
as tuas virtudes monótonas e falsificadas, e principalmente:

Odiei o facto de não haver explicação para tanto ódio,
odiei a maneira como me fazias sentir,
odiei pensar que talvez fosse um exagero meu.

Odiei odiar-te.

Jurei a mim mesma que nunca mais iria olhar para ti, que nunca mais te iria ouvir, que não irias voltar a tocar no meu nome, que o teu ego, a tua superioridade, os teus defeitos e as tuas virtudes não se iriam voltar a aproximar de mim. Jurei com toda a minha força, com toda a minha convicção, com toda a minha fé.

Naquele dia jurei, dias depois traí-me.

-Nosso (Re)Começo-

Encheste-me de mentiras. Por isso vou mentir para ti. Para começar, isto não é nosso. È meu. Muito menos é um recomeço, isto é um fim. Esta é a minha vez. A minha vez de te atingir com todas as verdades, de te magoar com todos os meus sentimentos, de te sufocar com as palavras que nunca te disse, de te comover ao contar a minha versão da história. Esta é a minha vez de gritar, de rir, de lembrar. A tua vez de ouvires, de perceberes e de acreditares.

-Adeus-

A distância separa gente, os corações perdem-se sem rumo, a vida leva-nos para longe um do outro.
Adeus, vou-me embora. Levo-te comigo, sabendo que isso não é o suficiente para um dia voltares.
Mas se tem de ser assim, quem sou eu para tentar mudar ? Se em troca de vida pudesse voltar atrás no tempo e corrigir todos os nossos erros, acredita em mim quando digo que eu dava a minha. Sem saída, farei as malas.
Sem lembranças, sem forças, sem vontade de ir. Mas com obrigações na mente e problemas no coração.
Um dia voltarei , mas não será preciso me reconquistares, porque simplesmente... não te vou esquecer.

-Bússola-

Sinto-me louca, afogada em mil sentimentos.
Mais do que tortura, é delírio.
Nem escrever consigo, porque tudo é negro.
Tudo me magoa, tudo me arde, tudo me fere.
Volta, apenas cinco minutos, para o pé de mim.
Apenas esses cinco, não te pedirei mais.
Porque esses cinco significam uma vida para mim.
Vida essa que sei, que nunca irei ter.
Maldita bússola que roda na tua direcção.
Maldita pessoa que me acorrenta á emoção.

Eu sabia que um dia o fim iria chegar.
Mas chegou cedo demais e sem avisar.
Acabaste com o que havia em nós.
E agora aqui estou eu, a gritar até não ter voz.
Mais uma vez fui deixada para trás.
E eu que pensava que não serias capaz.
Mais uma rima no meio da poesia.
Um fim naquilo que eu criei um dia.
E hoje sim acredito na tua despedida.
E hoje sim, a minha raiva não tem medida.

-Goodbye-

Reparei na beleza da noite, no seu silêncio, nas vidas acordadas que ela possui, na Natureza que nela habita, no reflexo das luzes que brilha nos meus olhos... porque esta noite, tiraste-me o sono. Porque hoje o quente da minha cama e o carinho dos meus lençóis não foram o suficiente para me embalar e para me levar para longe daqui. Porque hoje tudo é frio. A tua imagem, a tua presença, é tudo um vácuo no meu coração. Hoje deste-me a receita para um coração despedaçado. Ofereceste os ingredientes todos para que tudo fosse tremendamente implacável. Um tiro no escuro, um risco que me levou à solidão. Hoje tracei o meu caminho, e infelizmente ele não se cruza com o teu. Mas a vida é feita de desilusões, de escolhas, de decisões. E mais tarde irei ter a esperança de um feliz amanhecer. Porque afinal não eras o Sol, não passaste de um eclipse bem aqui, no meu coração. Goodbye my lover, Goodbye my friend.

-Perdi-te-

E agora? Para onde foste?
Olho à volta e não te encontro, porque tu morreste. E eu matei-me a seguir.
Eu tentei. Porque não fizeste o mesmo?
Juraste que me amavas, e essas juras ficaram guardadas na ponte que cedeu.
Fujo de ti, e tu gostas. Amo-te, e tu odeias.
Adeus a ti, a mim, a nós, ao futuro, à história.
Fim incompleto que abala o meu coração.
Quis-te ouvir e fazer-te ver que era eu. A segunda parte do teu ser.
Mas o que mais me custou, foi não me teres impedido de partir.
Até um dia, incerto, mas poderoso.

-Curva-

A maldade não vai entrar no meu coração.
  Porque ele está mais forte do que nunca.
   Ele voltou a ultrapassar ventos e tempestades.
    E orgulho-me por ter sobrevivido.
     Fôs-te o antídoto, a cura, a força.
      E eu fui o veneno, a doença, a fragilidade.
       Mas lutei, amei, venci.
        Não te venci a ti, porque um prémio tu não és.
         Mas venci o alguém que eu era.
          O alguém que me consumia pouco a pouco.
         Vou ter força por ti, por mim, por nós.
        Porque tu pediste para eu ficar.
       E eu sei que as lágrimas que tu choraste não foram em vão.
      E sei que me amas, apesar de tudo o que passaste.
     E é por isso que tenho calma e tempo.
    Tempo para esperar por ti, calma porque vales a pena.
   Porque és tu... o sentido, a chama, a tatuagem, o brilho,
  és tu o homem da minha vida.
 Volta ! 

-Vento-

Vento, leva-me as palavras. Assim como os momentos escritos no meu pensamento. Ensina-me a voar. Para eu poder fugir ao que me enfraquece e impede de lutar. Quanto mais me embalas mais eu sofro, por saber onde é o meu lugar e tu não me deixares lá ficar. Tenho saudades da bússola que antes me guiava tão bem. Saudades dos ponteiros que nunca me desiludiam. Que traçavam a minha rota ao pormenor. Vento, traz-me de volta aquilo que me tiraste. Sente a brisa do meu coração a verter lágrimas pela tua chaminé de saudade.

-Não posso-

Não posso mudar o passado. Só sei que não te quero perder. Não posso ser mais do que sou. Só sei que isto tem de resultar. Não posso dar mais de mim. Só sei que me dás o dobro de ti. Não posso ser alguém que não sou. Só sei que por ti quero ser melhor. Não posso fingir que não me dói. Só sei que sem ti dói muito mais. Não posso ignorar uma nova oportunidade. Só sei que fazes parte dela. Não posso viver desta maneira. Só sei que quero viver junto de ti. Não posso magoar-te. Só sei que o faço, e muito.
Compreendo que seja a tua vez. Só espero que eu tenha coragem de aguentar aquilo que tu aguentaste. Espero que não haja o segundo fim incompleto. Mas haja o que houver, espero por ti.
Não sei o que se passa, não consigo entender. A história repete-se, com pessoas diferentes. Talvez seja mesmo assim, um inferno sem fim, seja qual fôr o inferno, eu espero por ti.

-Grito-

As forças desaparecem, e a personalidade também. 
Que farias se não soubesses de mim? Amavas-me? Ou esquecias-me? 
Encontra-me de novo. Aí bem no teu coração. Talvez não, mas eu sei que sim. Que estou presente. Volta. Agarra-me, não me deixes partir. Segura-te, não caias. Eu estou aqui. Irei voltar a ver-te. No futuro, ou talvez não. Mas irei olhar para ti. Eu prometo. Eu sinto.
NÃO, não me impeças de falar!
Acredita em mim, não sou aquilo que vês. Eu sou alguém que se esconde por detrás de ti. E talvez não tenhas força suficiente para lá chegares, mas por vezes, basta só tentares e eu farei um esforço para tirar o inferno que te impede, para que tu possas tocar-me. Só uma última vez.
Não vais conseguir afastar-me. Sou quase tua, com todas as dúvidas baralhadas nas mesmas certezas. Se sentires frio, chama o sol, vou aquecer-te quando mais precisares. Vou brilhar por reflectir os teus olhos. Vou dizer-te enquanto tiver voz, porque NÃO, não me vou calar... Vou dizer-te enquanto tiver voz, que és tu que eu amo. Ès tu que fazes com que o algo que todos desconhecemos tenha sentido. Por mais que me afastes vais-me ouvir, porque eu vou dizer-te. Não experimentes. Se não me esconder no meio das palavras não te consigo alcançar. Por isso evita aquilo que quiseres, tenta. Podes tentar. Mas não vais conseguir. Porque as palavras são como tu. Uma vez escritas, ficam para sempre no nosso coração. Não consigo chegar ao teu... mas consigo escrever nos teus pensamentos.

E agora... vem fazer com que eu perca a voz !

-Preto e Branco-

Fazes-me sentir tão especial, quando lá no fundo não significo nada para ti. E fazes-me voltar, depois com uma simples palavra afastas-me para tão longe. Sou uma página do teu diário, já rasgada, já ultrapassada. E um pedaço da tua vida, já gasto, já sem valor nenhum. Estes imensos sorrisos que me rasgam a cara de tão grandes que são e logo de seguida, estas imensas lágrimas que afogam os meus olhos por serem tão fortes. Desistes, á mínima coisa. E não lutas, nunca. Preferes ficar sossegado e ver-me partir, do que levantar-te e evitar que eu parta sem ti.
Sinto-me tão sem valor, sinto-me tão fraca, sinto-me tão inútil. Se pudesse ficar com um pedacinho de ti, só um pedacinho, pequenino. Mas tu tiras-me tudo. Tudo. Houve alturas que eu apreciava o teu desprezo, as tuas respostas, o teu olhar frio, o teu toque tão sem sentido. Apreciava porque para me tratares mal, tinhas de estar perto de mim, e se estavas perto de mim...Pouco me importava a maneira como me tratavas.
Mas hoje percebi que não adianta estar perto de ti, não adianta ouvir-te, não adianta abraçar-te, nem dizer-te que estou aqui. Não adianta fazer-te feliz, não adianta ser eu própria. Porque a minha vida é cheia de cores, mas tu transformas tudo a preto e branco.
As oportunidades vão desaparecendo, e eu sempre as encontrei. Mas chega a uma altura que me canso de as procurar. Porque as oportunidades não são fáceis de encontrar. Precisam de tempo para serem perfeitas, precisam de um apoio para serem sinceras, precisam de força para terem resultado. Tu deixas passar o tempo sem dares importância á perfeição. Tu não me apoias e amarrotas a sinceridade. Fazes-me perder a força, e é óbvio que elas nunca vão ter resultado.
Um dia vou escrever coisas bonitas, vou escrever sobre mim. E apenas sobre mim.
Um dia vou conseguir virar a página, e tu vais ficar apenas na introdução, porque não quiseste fazer parte dos meus capítulos.

-Pecar-

Sim, vou pecar.
Pecado que me ajuda a sorrir, que me ajuda a viver. 
Que me ajuda a crescer, que me ajuda a esquecer. 
Vou perder a inocência e vou-me sentir culpada. Culpada por tudo, e ao mesmo tempo heroína de mim mesma.
Aguardarei julgamento lá em cima, um dia. Ou talvez não. Talvez faça o meu próprio julgamento. Sim, quero. Sim, preciso. È como oxigénio, imprescindível. È como veneno, mortal.
Um dia terei a recompensa, a recompensa do meu pecado. 
E um dia estarei feliz, feliz a teu lado. 

-Escrever sobre ti-

Porque escrevo sobre ti? Porque sei que nunca vais ler. Porque cada palavra, cada letra é como a chuva que lava o meu coração. Escrever sobre ti não quer dizer que te quero de volta. Quer dizer sim que ainda te tenho presente no meu pensamento. Não por boas razões. Mas por tu seres veneno que corre em mim. Que me enche de ódio e me dá forças para não te querer ver. Partiste, e levaste tudo contigo. Por isso não voltes. Segue o caminho que sempre quiseste. Vive aquilo com que sempre sonhaste. Ignora-me, ofende-me, não lembres o passado. Eu farei o mesmo, não por orgulho nem por frustação. Mas por não haver alternativa. Agora eu sou eu e tu és tu, e custa-me a acreditar como é que algum dia existiu um 'nós'.