Fazes-me sentir tão especial, quando lá no fundo não
significo nada para ti. E fazes-me voltar, depois com uma simples palavra
afastas-me para tão longe. Sou uma página do teu diário, já rasgada, já ultrapassada.
E um pedaço da tua vida, já gasto, já sem valor nenhum. Estes imensos sorrisos
que me rasgam a cara de tão grandes que são e logo de seguida, estas imensas
lágrimas que afogam os meus olhos por serem tão fortes. Desistes, á mínima
coisa. E não lutas, nunca. Preferes ficar sossegado e ver-me partir, do que
levantar-te e evitar que eu parta sem ti.
Sinto-me tão sem valor, sinto-me tão fraca, sinto-me tão
inútil. Se pudesse ficar com um pedacinho de ti, só um pedacinho, pequenino.
Mas tu tiras-me tudo. Tudo. Houve alturas que eu apreciava o teu desprezo, as
tuas respostas, o teu olhar frio, o teu toque tão sem sentido. Apreciava porque
para me tratares mal, tinhas de estar perto de mim, e se estavas perto de
mim...Pouco me importava a maneira como me tratavas.
Mas hoje percebi que não adianta estar perto de ti, não
adianta ouvir-te, não adianta abraçar-te, nem dizer-te que estou aqui. Não
adianta fazer-te feliz, não adianta ser eu própria. Porque a minha vida é cheia
de cores, mas tu transformas tudo a preto e branco.
As oportunidades vão desaparecendo, e eu sempre as
encontrei. Mas chega a uma altura que me canso de as procurar. Porque as
oportunidades não são fáceis de encontrar. Precisam de tempo para serem
perfeitas, precisam de um apoio para serem sinceras, precisam de força para
terem resultado. Tu deixas passar o tempo sem dares importância á perfeição. Tu
não me apoias e amarrotas a sinceridade. Fazes-me perder a força, e é óbvio que
elas nunca vão ter resultado.
Um dia vou escrever coisas bonitas, vou escrever sobre mim.
E apenas sobre mim.
Um dia vou conseguir virar a
página, e tu vais ficar apenas na introdução, porque não quiseste fazer parte
dos meus capítulos.